Alguma crônica qualquer - III
Batom vermelho, delineador
meio borrado, mancha de rímel na pálpebra. Mas o que todos enxergam é o vestido
vermelho colado, do mesmo comprimento de uma blusa que é um pouco maior que o
tamanho certo para ela. Se ela se abaixar... Ah, ela não pode se abaixar. Mas
se abaixa mesmo assim.
Também costuma usar uma saia
que mais parece cinto, mas esse é só pros dias em que ela está bandida e muito
afim de farrear. Hoje, veio de moça recatada.
No baile, no show, na
have, na festa, na escola, na igreja, vai até o chão e ainda se vira do avesso.
Bebe todas e deixa que todos a bebam, provem e se fartem. Assim se sente
madura, adulta. Assim se faz mulher.
Todos até mesmos os que nunca tiveram em seu poder um lápis e uma folha de papel, todos querem transmitir seus conhecimentos a sua maneira de entender qualquer assunto que lhe interessa.
ResponderExcluirSer humano gosta de falar. De ser ouvido. Chamar atenção, talvez, porque assim terá uma platéia, alguém que "converse" ou que, pelo menos, escute.
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