Nota mental para um próximo dia

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Nota mental para um próximo dia


Não me lembro bem como foi que me tornei tão... Sensível. Essa dor estranha no peito que eu nunca antes tinha sentido. Na verdade... Eu não me lembro de absolutamente nada sobre essa brusca mudança.

Num dia eu era forte como uma rocha, inquebrável como diamante, poderosa como uma Kriptonita. No outro eu me vi frágil, insegura e temerosa. Me vi mais mansa e dócil. Me senti mais humana.

Se gosto disso? Se gosto de sentir dor, de amar, de sofrer? Quem gosta? Essa coisa crescendo aqui dentro me deixa incomodada. Eu era imbatível! Agora a pouco – pasmem! - me vi chorar.

Por outro lado, sorrio com mais frequência e me sinto mais leve, mais feliz, mais de bem com o mundo. Não disse? Algo de muito errado aconteceu comigo. Algum ser estranho passou por mim e levou com ele meu colete à prova de sentimentos. Alguma divindade cometeu o erro de me deixar vulnerável.

E o pior é que me sinto mais forte justamente quando estou mais vulnerável. Essa coisa estranha me faz acreditar que eu posso conquistar o mundo. Isso é normal: ser forte quando me sinto fraca?

Mas não tem como voltar ao que era antes. Depois que se experimenta o doce pela primeira vez, não dá para ficar sempre com o amargo. Por isso alternamos entre os dois, encontramos um meio termo. O que é preciso fazer é criar uma zona de conforto onde os dois se encontrem e se entrelacem facilmente. Na medida do possível, claro.


E deixo isso como um lembrete para quando eu tiver alguma dúvida sobre o que fazer com meu próprio coração desesperado. Não para uma próxima vida, não sei se acredito em algo assim, mas uma nota mental para um próximo dia.

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