Nota mental para um próximo dia
Não me lembro bem como foi
que me tornei tão... Sensível. Essa dor estranha no peito que eu nunca antes
tinha sentido. Na verdade... Eu não me lembro de absolutamente nada sobre essa
brusca mudança.
Num dia eu era forte como
uma rocha, inquebrável como diamante, poderosa como uma Kriptonita. No outro eu
me vi frágil, insegura e temerosa. Me vi mais mansa e dócil. Me senti mais
humana.
Se gosto disso? Se gosto de
sentir dor, de amar, de sofrer? Quem gosta? Essa coisa crescendo aqui dentro me
deixa incomodada. Eu era imbatível! Agora a pouco – pasmem! - me vi chorar.
Por outro lado, sorrio com
mais frequência e me sinto mais leve, mais feliz, mais de bem com o mundo. Não
disse? Algo de muito errado aconteceu comigo. Algum ser estranho passou por mim
e levou com ele meu colete à prova de sentimentos. Alguma divindade cometeu o
erro de me deixar vulnerável.
E o pior é que me sinto mais
forte justamente quando estou mais vulnerável. Essa coisa estranha me faz acreditar
que eu posso conquistar o mundo. Isso é normal: ser forte quando me sinto
fraca?
Mas não tem como voltar ao
que era antes. Depois que se experimenta o doce pela primeira vez, não dá para
ficar sempre com o amargo. Por isso alternamos entre os dois, encontramos um
meio termo. O que é preciso fazer é criar uma zona de conforto onde os dois se
encontrem e se entrelacem facilmente. Na medida do possível, claro.
E deixo isso como um
lembrete para quando eu tiver alguma dúvida sobre o que fazer com meu próprio
coração desesperado. Não para uma próxima vida, não sei se acredito em algo
assim, mas uma nota mental para um próximo dia.
0 comentários :
Postar um comentário