Finitos nem tão finitos assim
A questão é que nada é eterno
e isso nem é tão ruim. Se alguns infinitos são maiores que outros, os finitos
também são assim. O tempo cura todo tipo de dor e, querendo ou não, desgasta os
sentimentos. Inclusive os negativos. Na verdade, especialmente os negativos.
Eu, que já morri umas quatro
vezes só hoje, aprendi que o fim do mundo nos diz “oi” constantemente só para
ir embora no dia seguinte e nos deixar com a sensação de que não era tão
difícil assim. Acordamos em frangalhos, destroçados, mas algo aqui dentro diz -
ou ordena- que juntar os pedaços não mata ninguém. Pelo contrário, nos faz
renascer. No fim, sete vidas é pouco se comparado à quantidade de vezes que nos
transformamos em pássaros de fogo e renascemos das cinzas que insistem em nos
consumir a cada dia que passa.
Talvez por ser mais forte do
que eu pensava, talvez por ter aprendido a conviver com os altos e baixos,
talvez por simplesmente ter aceitado o que não é inaceitável. Talvez por mim.
Talvez pelas pessoas que me são importantes, eu tenha aprendido ser forte
quando ninguém mais é capaz de ser. Aprendi a erguer a cabeça quando todos os
outros estão cabisbaixos e aprendi a ter esperança no meio do deserto de
sentimentos que criei dentro de mim mesma. Talvez por mim, talvez pelas pessoas
que amo.
Dentre tantas lições que a
vida é capaz de nos dar, a que mais se repete é a que mais fazemos questão de
esquecer: tudo passa. O vento sopra para longe a poeira causada pelo
desabamento e nossas próprias mãos são fortes o suficiente para retirar os
escombros. Ficam calejadas, é verdade, mas nos servem de proteção para quando a
terra começar a tremer novamente. Preparados nós nunca estaremos; imunes, muito
menos. Mas ter o conhecimento de que o finito não é tão finito assim e que cada
dor gera evolução é o bastante para me fazer sorrir.
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