Algum texto qualquer - VI

sábado, 20 de agosto de 2016

Algum texto qualquer - VI



Ela resolveu ignorar as palavras negativas. Pegou todas as críticas construtivas e guardou com carinho. Arquivou os elogios, jogou fora tudo o que não lhe incentivava e seguiu a ideologia do "quem acredita sempre alcança".

Frases como "você não pode" foram jogadas no lixo. Verônica seguiu seus instintos e enfiou na cabeça que podia. O controle estava em suas mãos e a decisão a pertencia. Por que hesitar quando era ela quem comandava?

Desafiou seus próprios limites, duvidou de tudo o que era certo e fez o que tinha que fazer.

Conquistou o mundo, inflou seu próprio ego. Ela tinha o céu, mas queria ir além. E se achava invencível.

Decidiu brincar com a morte. Já fizera tanto... Que mal faria mais um risco? O único impedimento era o medo, substantivo que não integrava seu dicionário.

Examinou o projétil antes de colocá-lo no lugar e girar o tambor. Tantos já fizeram o mesmo... Por que não ela? Tudo sairia perfeitamente bem. E a entidade que regia o universo a apoiaria. Sua fé em si mesma era inabalável, assim como seu orgulho.

Encheu o pulmão de ar, ignorou frio na barriga...

Sentiu o frio da arma na sua têmpora esquerda.

Antes de puxar o gatilho, Verônica sorriu. E morreu.

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