Ernesto Brasileiro

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ernesto Brasileiro


Ernesto passa boa parte do tempo sentado na frente da TV, reclamando do que vê no jornal. Acorda mais cedo todos os dias para ver o noticiário matinal e só depois vai trabalhar. Na hora do almoço, assiste “balanço geral” e, um pouco mais tarde, vai novamente trabalhar. Retorna a tempo de ver o jornal local e fica espantado com tudo o que assiste. Roubos, assassinatos, até a odiada pedofilia. Existem também o tráfico de drogas e a violência nas favelas.Tudo é um absurdo.

Mas absurdo, absurdo mesmo, é a corrupção. Esse bando de políticos que nunca vão mudar! Mas eles têm que mudar! Roubar é muita falta de respeito com o povo. Entretanto, se ele mesmo fosse deputado, também construiria um castelo. O povo deveria escolher melhor seus governantes. É por isso que Ernesto sempre vota nulo. Políticos e japoneses são todos iguais, afinal.

Mas Ernesto não é um daqueles fofoqueiros que se importam com a vida dos outros. Sua indignação logo vai embora. Não adianta nada sentir raiva. Primeiro porque raiva faz mal. Segundo porque nada vai mudar e ele não vai mudar nada. E terceiro porque a novela já vai começar.

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