Somos o oposto do que deveríamos ser
Apenas venha até mim e tome
o que realmente quer. Ambos sabemos que todas essas palavras amargas apenas
tentam mascarar o imenso desejo que arde por todo o seu corpo gostoso.
Seus olhos passeiam pelo meu peitoral enquanto sua língua explora seus próprios
lábios carnudos. Seu corpo te trai, minha cara.
Vamos, Satine, não fique
acanhada. Já fez isso tudo antes, certo? Apague logo esse fogo que nos consome.
Pra que hesitar? Fingir ser frígida não vai nos levar a lugar algum. Pare de
reclamar e venha ser minha.
Isso... Boa menina. Se
aproxime mais um pouco, tire esse olhar assustado do rosto e sorria do jeito
sacana que me enfeitiça. Você não é santa, muito menos eu. Por que o medo? Só
porque descobriu que se apaixonou? Bom... Nisso damos um jeito depois. Apagaremos
primeiro o fogo do corpo.
Não espere por palavras
doces, não sou assim. Sabe bem disso. Eu lhe avisei, Satine... Disse-lhe para
não se apaixonar por mim. Mas não tem jeito, não é mesmo? Você nunca ouviu os
conselhos de ninguém.
Precisamos um do outro.
Preciso senti-la, Satine. Seu rosto, sua boca, seu peito, seu corpo... Suas
mãos. Leve-me ao paraíso e nem pense em desistir no meio do percurso.
Admita que é tão podre
quanto eu. Admita que seu corpo anseia pelos prazeres que posso lhe
proporcionar. Somos iguais, meu amor. Não adianta negar. Está no brilho do seu
olhar, no jeito como entreabre os lábios para que eu a beije, na respiração
arfante, em suas unhas cravadas na minha pele.
Eu sei que existe algo mais
profundo, eu sei que você me ama, mas eu não consigo amar nada mais além do seu
corpo. Talvez eu seja o insensível por isso e você não tenha amor próprio algum
por me aceitar. Não sei, e não quero nem pensar.
Somos podres, Satine. Somos
sem vergonha, defeituosos, impuros. Somos completamente errados. Somos
diferentes, inversos, o oposto do que deveríamos ser. Mas somos perfeitos. Ao
nosso modo, somos perfeitos um para o outro.
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