Algum drama qualquer - II

terça-feira, 5 de maio de 2015

Algum drama qualquer - II


Enquanto vou dedilhando minhas frases e provando o gosto das linhas que digito na velha máquina de escrever que é minha mente desorganizada, faço combinações diversas, inversas, reversas. Distopias utópicas de um mundo que quase existiu.
O problema é que são só ilusões. Só lembranças de uma alucinação que eu tive sobre nós dois. Aquele tipo de coisa que faz a gente sonhar acordada e chorar por não ter vivido. Como um livro bom demais para ser apenas um livro.
O problema é que poderia ser realidade. Uma vida inventada e controlada por mim mesma, tendo nós dois como protagonistas. Aquele tipo de coisa que me faz sorrir com a ideia de que nada é impossível. Como um livro, que é bom demais para ser só um livro.
E enquanto vou sonhando acordada com tudo o que poderia ter sido, você apenas observa o cinza da cela e o ferro das grades que encarceram alguém que tentou me matar. E, de certo modo, conseguiu.

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