Algum drama qualquer - II
Enquanto vou dedilhando
minhas frases e provando o gosto das linhas que digito na velha máquina de
escrever que é minha mente desorganizada, faço combinações diversas, inversas,
reversas. Distopias utópicas de um mundo que quase existiu.
O problema é que são só
ilusões. Só lembranças de uma alucinação que eu tive sobre nós dois. Aquele
tipo de coisa que faz a gente sonhar acordada e chorar por não ter vivido. Como
um livro bom demais para ser apenas um livro.
O problema é que poderia ser
realidade. Uma vida inventada e controlada por mim mesma, tendo nós dois como
protagonistas. Aquele tipo de coisa que me faz sorrir com a ideia de que nada é
impossível. Como um livro, que é bom demais para ser só um livro.
E enquanto vou sonhando
acordada com tudo o que poderia ter sido, você apenas observa o cinza da cela e
o ferro das grades que encarceram alguém que tentou me matar. E, de certo modo,
conseguiu.
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