Refúgio

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Refúgio


Era um lugar frio, sombrio, escuro. Assustador. A névoa incessante levitava ao redor da floresta amaldiçoada que os pais usavam para fazer medo nas crianças mais novas. O tabu na roda dos garotos mal criados.

A entrada no local era proibida. Ninguém se atreveria a tentar descobrir o que aquela floresta abrigava. Nenhuma pessoa seria louca o bastante para ousar atravessar a densa vegetação. Ninguém sabia o que todas aquelas sombras abrigavam.

O medo pairava em suas redondezas e o desconhecido espreitava lá de dentro, pronto para atacar.

Mas eu nunca fui como os outros. Na verdade, gostaria de ser, mas não sou. Se eu vou lamentar por isso? Não agora. Não mais.

A questão é que eu, no auge do poder que todo adolescente guarda em seu íntimo, resolvi entrar. Decidi que iria me aventurar por terrenos desconhecidos à procura de aventura, de novas experiências. Sem medo, entrei na floresta proibida e descobri o que as gigantes árvores guardavam.

Era um lugar sombrio e frio. Assustador para quem visse de longe. Um sítio quase visto como o refúgio dos desesperados. Seu nome era invocado para afugentar crianças mal criadas. O tabu das pessoas que só acreditam no que é socialmente aceito.

Eu, como destemido aventureiro inconsequente que sou, me aventurei.

E foi lá onde finalmente me encontrei.

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