Refúgio
Era um lugar frio, sombrio,
escuro. Assustador. A névoa incessante levitava ao redor da floresta
amaldiçoada que os pais usavam para fazer medo nas crianças mais novas. O tabu na
roda dos garotos mal criados.
A entrada no local era
proibida. Ninguém se atreveria a tentar descobrir o que aquela floresta
abrigava. Nenhuma pessoa seria louca o bastante para ousar atravessar a densa
vegetação. Ninguém sabia o que todas aquelas sombras abrigavam.
O medo pairava em suas
redondezas e o desconhecido espreitava lá de dentro, pronto para atacar.
Mas eu nunca fui como os
outros. Na verdade, gostaria de ser, mas não sou. Se eu vou lamentar por
isso? Não agora. Não mais.
A questão é que eu, no auge
do poder que todo adolescente guarda em seu íntimo, resolvi entrar. Decidi que
iria me aventurar por terrenos desconhecidos à procura de aventura, de novas
experiências. Sem medo, entrei na floresta proibida e descobri o que as
gigantes árvores guardavam.
Era um lugar sombrio e frio.
Assustador para quem visse de longe. Um sítio quase visto como o refúgio dos
desesperados. Seu nome era invocado para afugentar crianças mal criadas. O tabu
das pessoas que só acreditam no que é socialmente aceito.
Eu, como
destemido aventureiro inconsequente que sou, me aventurei.
E foi lá onde finalmente me encontrei.
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