Vem

Vem

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Vem aqui, deixa eu te contar um segredo meu. Assim você vai me conhecer melhor. E é assim que os relacionamentos começam, não? Um conta uma coisa, o outro conta outra coisa e o mundo vai girando, como diz Lenine, cada vez mais veloz.

Senta aqui, me conta um segredo seu. Eu quero te conhecer, quero saber quem você enxerga no espelho e, se o reflexo não for o mesmo que eu reconheço, quero conseguir fazer com que você se enxergue como eu te vejo. Quero que entenda que você vale sim à pena. Ao contrário do que a moça do supercombo diz, não somos programados para cair.

Vamos trocar confidências, vamos sonhar acordados, conversar sobre os nossos medos, anseios, descobrir se temos os mesmos desejos. Vamos parafrasear capital e ficar juntos depois da meia noite até o nascer do sol. E então até o sol se por. E até depois da meia noite de novo. A gente acompanha o Nando Reis e repete tudo de janeiro a janeiro, até para sempre.

Vem, deixa eu te conhecer que eu te deixo me descobrir. E a gente se entende assim, se conhece assim, num plural tão singular quanto o encontro da Ana com a Vitória.

Vem aqui, deixa eu te contar um segredo? Eu me apaixonei pelos seus erros e agora estou aqui, meio louca, de batom vermelho, sem saber como que tudo pode continuar do mesmo jeito se, dentro de mim, um furacão passou e deixou você.