Livros lidos - Fevereiro 2018

terça-feira, 27 de março de 2018

Livros lidos - Fevereiro 2018


1 – Misto Quente – Charles Bukowski

O que pode ser pior do que crescer nos Estados Unidos da recessão pós-1929? Ser pobre, de origem alemã, ter muitas espinhas, um pai autoritário beirando a psicopatia, uma mãe passiva e ignorante, nenhuma namorada e, pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão-de-obra barata em um mundo cada vez menos propício às pessoas sensíveis e problemáticas. Esta é a história de Henry Chinaski, o protagonista deste romance que é sem dúvida uma das obras mais comoventes e mais lidas de Charles Bukowski (1920-1994).

Verdadeiro romance de formação com toques autobiográficos, Misto-quente (publicado originalmente em 1982) cativa o leitor pela sinceridade e aparente simplicidade com que a história é contada. Estão presentes a ânsia pela dignidade, a busca vã pela verdade e pela liberdade, trabalhadas de tal forma que fazem deste livro um dos melhores romances norte-americanos da segunda metade do século 20. Apesar de ser o quarto romance dos seis que o autor escreveu e de ter sido lançado quando ele já contava mais de sessenta anos, Misto-quente ilumina toda a obra de Bukowski. Pode-se dizer: quem não leu Misto-quente, não leu Bukowski.


Demorei muito tempo para ler Bukowski por preconceito mesmo. Nunca me pareceu o tipo de livro que eu gostaria de ler, embora entenda porque tantas pessoas adoram sua escrita. “Misto quente” não era o que eu imaginava que seria, mas também não foi uma surpresa, porque não gostei do livro nem do seu personagem principal, Henry.


2 – Guerra Civil – Stuart Moore

Homem de Ferro e Capitão América: dois membros essenciais para os Vingadores, a maior equipe de super-heróis do mundo. Quando uma trágica batalha deixa um buraco na cidade de Stamford, matando centenas de pessoas, o governo americano exige que todos os super-heróis revelem sua identidade e registrem seus poderes. Para Tony Stark – o Homem de Ferro – é um passo lamentável, porém necessário, o que o leva a apoiar a lei. Para o Capitão América, é uma intolerável agressão à liberdade cívica. Assim começa a Guerra Civil.

Fiquei extremamente ansiosa para ler este livro e não me decepcionei. Na verdade, por se tratar de uma adaptação de quadrinhos, eu não esperava muita coisa. Entretanto, tive uma surpresa boa. Ok, não é um romance super elaborado e inesquecível, mas é uma leitura agradável e com certos detalhes que tornam a história envolvente.


3 – Salva por um cavalheiro – Stephanie Laurens

Londres, 1829.
Impetuosamente sequestrada do baile de noivado de sua irmã Heather Cynster com o Visconde Breckenridge, Eliza desperta em um coche estranho a caminho de Edimburgo… Após passar 3 dias e 3 noites sedada, ela fará de tudo para escapar — nem que precise fingir estar desacordada para enganar seus algozes ao longo do percurso. 
Enquanto percorre os prados escoceses pensando em pergaminhos a serem decifrados e em uma esposa com quem possa compartilhar a vida, o erudito Jeremy Carling é pego de surpresa ao ver uma mulher gritando desesperada de dentro de um coche. Parecia alguma conhecida… Alguém a quem fora apresentado em um salão londrino… Mais precisamente… Eliza Cynster!
Apesar de não ser nenhum herói, e sim um especialista em hieróglifos de grande prestígio, seu código de cavalheiro jamais permitiria ignorar uma dama aflita! Mas o perigo os espreita sorrateiramente na forma de um lorde misterioso que insiste em se apoderar de uma das irmãs Cynster. Um confronto à beira do penhasco colocaria um ponto final aos ardis do vilão oculto? Ou seria o momento certo para Eliza e Jeremy ousarem assumir um amor que nasceu em meio a tantos percalços? 

Em “Salva Por Um Cavalheiro”, Stephanie Laurens presenteia seus leitores com a apaixonante história de Eliza, a segunda irmã Cynster, e Jeremy. Ao longo das estradas, vales e montanhas que ligam Edimburgo a Londres, a autora desenvolve uma narrativa audaciosa com personagens sedutores em uma trama de mistério capaz de prender a atenção até a última página.

De todos os três livros da série das irmãs Cynster, este foi o que eu menos gostei. Mas ele cumpre o que promete, a princípio. Eliza é mesmo a irmã menos “temperamental”, digamos assim, e o erudito que a salva é algo a mais do que um erudito, mas não muito.

4 – Memórias de um sargento de milícias – Manuel Antônio de Almeida

Memórias de um sargento de milícias', de Manuel Antônio de Almeida, é considerado um dos mais importantes romances brasileiros e inscreveu-se de forma permanente na história da literatura. Seu estilo leve, ágil, e seus personagens que oscilam entre a malandragem e a ironia fizeram dela uma obra única no cenário do século XIX.

Eu sempre tenho certo receio de ler clássicos brasileiros, muito embora tenha gostado de muitos. “Memórias de um sargento de milícias” é um dos que fica no meio termo: eu gostei, mas não vai para a minha lista especial de livros da vida rsrs.



5 – Dos delitos e das penas – Cesare Beccaria


Beccaria foi o primeiro jurista a levantar-se em favor da humanidade e da razão, denunciando os julgamentos secretos e as torturas empregadas como meio de se obter provas de um crime. Uma de suas teses é a igualdade, perante a lei, dos criminosos que cometem o mesmo delito. Sua obra exerceu influência decisiva na reformulação da legislação vigente da época, estabelecendo os conceitos que se sucederam.

Depois de formada na faculdade resolvi ler um dos livros que foram indicados lá no primeiro período. Não que tenha sido uma novidade, Beccaria é tão citado nas doutrinas jurídicas que o livro inteiro me deu uma sensação de nostalgia. É uma ótima leitura, independentemente do ramo de atuação do leitor.

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