#eu

sábado, 10 de fevereiro de 2018

#eu




Eu tenho essa mania de guardar tudo para mim. Fica aqui dentro, tomando um espaço que pesa, sem ser compartilhado ou amenizado. Às vezes, eu nem escrevo porque é difícil demais criar metáforas para o que sinto.
Eu me calo, engulo as palavras e espero que elas voltem para me sufocar. E me sufocam. Depois de um tempo, o fardo fica pesado demais e eu resolvo deixar meu “botão do foda-se” ligado.
E quando a explosão vem, é como se Hiroshima se repetisse em mim.
Eu não me importo com vítimas nem com efeitos colaterais. Por um momento, eu não ligo para quem possa ser atingido. A única coisa da qual eu preciso é explodir.

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