A busca pelo orientador
Tese de conclusão de curso. Ou, para os
graduandos, inferno. Eu procurei uma sigla igualmente desesperadora com a
iniciais TCC, mas não encontrei nada ainda, então, fiquemos com inferno.
Primeiro passo: um tema.
Você precisa se decidir por um tema. Não, seus
professores não podem te ajudar porque, segundo eles, “é uma decisão pessoal”.
E a faculdade não indica ninguém para te ajudar a escolher um tema. O tal do
“acompanhamento psicológico” no Núcleo de Apoio Psicopedagógico é só para o
desespero mesmo.
Aliás, por falar em desespero, você acha que já
sentiu de tudo até então. Já sentiu dor, angústia, medo, pavor, ódio (de
professores, principalmente), já sentiu até mesmo o êxtase de passar numa
disciplina quase impossível.
Mas não. Você não sentiu de tudo. Nada do que
você já viveu na vida te preparou para o TCC.
Primeiro problema: você fez quase cinco anos de
faculdade, teve aulas com aproximadamente 40 professores sobre, no mínimo, 15
áreas do direito diferentes e precisa escolher um tema dentre todos eles que
seja um “problema” a ser resolvido e que você goste.
Quem diabos gosta de problema? Ninguém! Depois
do TCC, então, muito menos.
Porém, você, meu querido amigo, é uma pessoa
que quer acabar logo com a faculdade e o TCC é um dos últimos passos. Você
escolhe um tema. Se for imbecil o suficiente, como eu, escolhe um tema que não
tenha ligação nenhuma com a grade curricular da faculdade: direito cibernético.
Definido o tema, que, por sinal, foi quase um
parto, você precisa de um professor orientador. Sim, é obrigatório e sim, ele
precisa assinar um monte de papéis que vão ser jogados no lixo na primeira
oportunidade que surgir.
Eis que surge o passo 2: orientador.
Você pergunta primeiro aos seus professores
favoritos. E olha que são muitos até, para quem achou que sairia da faculdade
odiando o mundo inteiro, vemos aqui um avanço.
Mas você, caro ser iludido, não pode fazer o
TCC ao lado do seu amado professor favorito do mundo. Ou porque ele não tem
mais vagas para orientandos, ou porque não quer, ou porque não pode te ajudar
em nada.
Lembra do tema? Pois é. Não tem nem na grade e
nem na cabeça dos professores, por sinal. E olha que você foi até o professor
que jurou nunca mais olhar na cara.
Mudança de planos. Vamos para direito
constitucional, afinal, metade dos professores da faculdade gostam de direito
constitucional.
Você sabe qual será o foco do seu trabalho?
CLARO QUE NÃO!
Mas dane-se! Você só precisa achar um
orientador mesmo.
E a escolhida é a professora que todos acham
nojenta! Por que? No início, o motivo era
“eu-adoro-a-professora-e-ela-sabe-muito-do-assunto”.
É claro que o motivo real acabou sendo:
porque-eu-sou-burra.
Primeiro encontro: Maravilhoso. Você saiu
confiante e animada depois que ela te passou uma lista de cinco livros de
oitocentas páginas cada um. Ela sugeriu vários temas legais e a única coisa que
você tem que escolher é o seu preferido. Simples.
(Por
enquanto, deixemos a parte de ter que ler cinco livros de 800 páginas em uma
semana de lado.)
Pois bem. Você escolheu o orientador, escolheu
o tema e já tem a bibliografia básica. Só falta enviar um e-mail para a orientadora e esperar uma lista de sugestões que vão
deixar seu trabalho impecável.
E passa o fim de semana.
Passa a outra semana.
Duas semanas depois e... nada.
Ela não responde, parece que sumiu do mapa.
Mas ela não faria isso. Algo pode ter
acontecido. Esperar mais um pouco é melhor.
E mais uma semana se passa.
Seus amigos te perguntam sobre o TCC e sua
vontade é morrer.
Resolve mandar um e-mail para a professora
perguntando se ela viu seu último e-mail.
Mais uma semana em silencio. A essa altura você
não dorme mais e já sente vontade de vomitar. E olha que é só o projeto.
No terceiro e-mail você recebe a seguinte resposta:
“Não
posso te ajudar com o tema. Boa sorte. Bj.”
JURA QUE ELA DEMOROU UM MÊS INTEIRO PARA
ELABORAR ESSAS TRÊS FRASES?!
E você nunca pensou que a parte mais difícil do
TCC era escolher um orientador.
Foda-se. É mais fácil escrever o trabalho e
depois pedir para qualquer professor assinar e pronto.
Oie acho que eu ódiei mais o tcc do que os 4 anos que passei na faculdade estudando. Onde eu me formei nem o tema e o orientador poderíamos escolher. Tive que escolher um tema que eu não queria. Só por que a coordenadora do TCC não queia que falássemos sobre outro assunto a não ser calculo. big beijo
ResponderExcluirwww.denisemendoncablog.com.br
Nossa! Eu encaro mais cinco provas da OAB, mas o tcc não kkkk Pelo menos acabou!! Obrigada pela presença <3
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