Sobre marcas
A
do queixo foi a primeira. Ficou uma marca, pequena, que quase não faz
diferença. Dois riscos mais profundos que a pele, um “y” meio torto que o
médico me deu.
Depois
veio a do nariz. Uma criança apertando um cachorro fofinho resultou num leve
rachado, mais escuro que o resto do corpo, ao lado da narina. Assim como o
primeiro, quase não dá para notar.
Outra
é arredondada e fica no meu pescoço. Hereditária, passa de mãe para filho. Sei
disso porque minha mãe tem uma igual. Assim como meu irmão e meu tio. Eu gosto
dela; e, de algum jeito, me lembra carinho.
Tenho
a da barriga também. Eita dias sofridos esses! Mais de uma semana com dor para,
no fim, deixar um órgão com os médicos e ganhar mais um risco, quase invisível
para quem olha de longe.
Tem
uma no joelho, a da vacina que já é clichê, a que fica perto do umbigo, a do
punho, a do dedo...
Dentre
todas as marcas que eu ganhei um dia, seja de mim mesma, seja de outras
pessoas, seja da vida: a que dói mais é justamente a do peito. Mesmo sendo a
última, nem é mais tão recente assim. Entretanto, porém, todavia... ainda dói.
Eu chamo ela de ‘incurável”, “inesquecível”, “você”.
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