Eu
Eu, que pensei não ter mais
lágrimas, que me julguei transformada em pó e imaginei que estava rouca demais
para gritar. Eu, que me achei calejada demais para sofrer, queimada demais para
arder, gelada demais para me arrepiar e morta demais para sentir.
Eu, que me vi como um zumbi
vítima dos próprios pensamentos sórdidos e macabros, que me julguei louca por
ter no peito um coração destroçado, que coloquei o cérebro na frente do peito
antes de pisar em qualquer terreno suspeito.
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