Algum romance qualquer - II
Não, nós vamos devagar. Um passo de cada vez. Não sei se sou bom com estratégias, mas preciso pensar como um campeão mundial de xadrez nesse momento. Dessa vez, a aposta é o meu coração.
Não, querida, não pretendo tirar
suas roupas e te jogar no chão da minha sala de jantar. Não agora. Não hoje. Eu
sei que é isso o que você quer, só para ter uma desculpa para fugir do que
sente. Você entende o desejo, você o sente, mas não se dá bem quando o assunto
é mais profundo que meras conjunções carnais.
Quero vê-la saboreando o
vinho que escolhi e sentindo o cheiro da rosa que pus em suas mãos. Quero vê-la
sucumbir ao romantismo e admirar a luz da lua que brilha acima da sacada. Mesmo
que seja apenas por algumas poucas horas, quero vê-la sorrir docemente. Quero
ver seus olhos nublados não de desejo, mas de amor.
Não. Hoje eu não quero lhe
dar apenas alguns orgasmos. Disso, já provei que sou capaz. Hoje eu quero
mostrar-lhe que podemos fazer algo mais profundo que isso. Podemos sair do
plano do desejo carnal e ir mais fundo, no coração, na alma. Você vai retrucar,
eu sei, mas minha vontade de te fazer completamente minha é maior do que meu
simples desejo.
Não quero só rapidinhas no
fundo do estacionamento, não quero apenas sexo na hidromassagem uma vez por
mês. Quero passeios de mãos dadas, quero vê-la contar seus problemas, quero te
ajudar.
Hoje eu quero te conquistar.
Mas não seu corpo, esse já tenho. Hoje eu quero você se entregue por inteiro.
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