Algum texto qualquer - IV
Suas perguntas de duplo
sentido me deixam... desconcertada. Sinto tudo e nada ao mesmo tempo. Sorrio,
tenho vontade de chorar, fico rindo de alegria e de nervoso.
Suas perguntas são feitas
para me matar. Você quer a resposta certa, mas eu não sei se quero dá-la. Você
quer que eu me sinta pressionada pelas entrelinhas da sua voz, eu sei. Eu sei
exatamente como você se sente.
Por trás do escárnio do
olhar, fica uma mente trabalhando a mil por hora para proteger o coração que
alça voo a cada nota - cantada ou não - que sai por entre meus lábios. Nós
temos nossas piadas internas, nossos medos secretos, nosso sentimento
encoberto, eu sei. Eu sinto. É a mesma coisa desse lado aqui.
Mas suas perguntas de duplo
sentido me assustam. São mais profundas do que os outros imaginam, atingem mais
fundo do que todos pensam. Elas são feitas para matar o medo que vive aqui
dentro. Elas anseiam pelas respostas que vão calá-las para sempre.
Você sabe as respostas. Eu
sei. Eu sinto. O que não sabemos é se estou pronta para proferi-las.
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