Algum poema qualquer - I
Por todas as insanas
palavras que dos seus lábios saem,
por todas as várias vezes
que minha frágil alma feriu,
por todas essas lágrimas que
dos meus olhos caem
e por cada vez que, sem dó
nem piedade, meu coração partiu.
Transferi toda a minha dor e
raiva para um doloroso tapa
e espero, sinceramente, que
lhe doa como doeu em mim;
que seja esse o nosso
amargo, justo, rubro e doloroso fim
e que tu, destruidor de
corações, vá ao raio que o parta.
Sua face vermelha agora
guarda minha perversa marca.
Seus olhos, belos, gélidos e
azuis, não mais me atingem.
Seus lábios, dedos e pêlos
não vão mais tocar minha pele.
Eu, por fim, descobri que
precisava de vergonha na cara.
E não de um pseudo homem
cujas atitudes me oprimem.
Então decidi por esquecer
quem é só mais um verme.
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