Só de pirraça

sábado, 27 de junho de 2015

Só de pirraça


Algumas coisas não fazem muito sentido. Na verdade, não importa o tempo que passamos ao lado do ser humano, algumas coisas nós nunca poderemos entender. Ele só tinha dezenove anos e queria morrer. O motivo? O mais tolo e infantil de todos: uma mulher.

Por que se jogar do terceiro andar de um shopping super movimentado por causa de uma mulher? Por deus! Pra começo de conversa, o terceiro andar não é o suficiente. Se a intenção foi se matar mesmo, que se jogasse do décimo. Pelo menos ele teria a certeza de que iria morrer e não correria o risco de ficar tetraplégico e a mercê de outra pessoa pelo resto da vida. Ou o vigésimo. Vai que do décimo é pouco. Mais uma das coisas que eu nunca vou entender... E nem faço questão.

Dizem que o jovem discutiu com a namorada no celular, olhou pelo balaustre e decidiu que era melhor namorar um anjo. Ou um demônio, depende do ponto de vista. Pulou do terceiro andar e, como se não bastasse, não alcançou o último objetivo da sua vida. Se é que teve algum além do último... Talvez porque os demônios de verdade estão na terra ou porque o destino gosta de brincar com as pessoas... Não sei. E, honestamente, não sei se quero saber.

Mas o que me parece mais bizarramente cômico (desculpe, tenho humor negro) é o motivo:  "Terminei com a minha namorada. Vou me matar." O que ela é? Madre Teresa? Jesus? Satã? Que mulher no mundo, ou fora dele, merece tamanha declaração de amor e idiotice? Também não quero descobrir. Ou entender.

Voltando a hipótese do destino brincalhão, quero acreditar que ela é verdadeira. Se eu fosse o destino - ou Deus, Buda, Zeus... - brincaria com as pessoas e testaria sua "resistência à vida", digamos assim. Quer morrer? Pois bem. Só de pirraça, não deixo.

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