Só de pirraça
Algumas coisas não fazem
muito sentido. Na verdade, não importa o tempo que passamos ao lado do ser
humano, algumas coisas nós nunca poderemos entender. Ele só tinha dezenove anos
e queria morrer. O motivo? O mais tolo e infantil de todos: uma mulher.
Por que se jogar do terceiro
andar de um shopping super movimentado por causa de uma mulher? Por deus! Pra
começo de conversa, o terceiro andar não é o suficiente. Se a intenção foi se
matar mesmo, que se jogasse do décimo. Pelo menos ele teria a certeza de que iria
morrer e não correria o risco de ficar tetraplégico e a mercê de outra pessoa
pelo resto da vida. Ou o vigésimo. Vai que do décimo é pouco. Mais uma das
coisas que eu nunca vou entender... E nem faço questão.
Dizem que o jovem discutiu
com a namorada no celular, olhou pelo balaustre e decidiu que era melhor
namorar um anjo. Ou um demônio, depende do ponto de vista. Pulou do terceiro
andar e, como se não bastasse, não alcançou o último objetivo da sua vida. Se é
que teve algum além do último... Talvez porque os demônios de verdade estão na
terra ou porque o destino gosta de brincar com as pessoas... Não sei. E,
honestamente, não sei se quero saber.
Mas o que me parece mais
bizarramente cômico (desculpe, tenho humor negro) é o motivo: "Terminei com a minha namorada. Vou me
matar." O que ela é? Madre Teresa? Jesus? Satã? Que mulher no mundo, ou
fora dele, merece tamanha declaração de amor e idiotice? Também não quero
descobrir. Ou entender.
Voltando a hipótese do
destino brincalhão, quero acreditar que ela é verdadeira. Se eu fosse o destino
- ou Deus, Buda, Zeus... - brincaria com as pessoas e testaria sua
"resistência à vida", digamos assim. Quer morrer? Pois bem. Só de
pirraça, não deixo.
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