O novo anjinho do papai
Chegaram em casa com uma coisa pequena e
gorda, embrulhada em panos amarelados e floridos. Disseram que a coisa
enrrugada era linda e muito, muito amada. E me mandaram chamá-la de irmãzinha
enquanto a vestiam com roupas de ursinho e lhe enchiam de mimos.
No início eu até que gostei do sorriso sem
dentes que ela abria sempre que me via. Eu até que dei gargalhadas das caretas
que ela fazia enquanto mamãe a obrigava a comer a papinha gosmenta e amarelada.
Mas o papai disse que ela era o seu anjinho.
Por que ele deu o meu apelido para ela, eu
não sei. E nem me interessa. O que me interessa agora é quanto tempo ela
sobrevive com a cabeça enfiada na privada.
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