Hábitos estranhos

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Hábitos estranhos


Toda noite eu apalpo o lado vazio da cama, imaginando te encontrar. Meus braços se agarram ao outro travesseiro e eu me encolho, com frio. Detesto admitir, mas sinto falta do seu calor.

E eu ainda coloco duas canecas de café em cima da mesa de dois lugares. Antes de tomar o primeiro gole, acordar de vez e me dar conta de que a outra cadeira vai continuar vaga para sempre. “O seu para sempre vai durar apenas algum tempo”, me dizem, mas aquele romance idiota continua insistindo em dizer que alguns infinitos são maiores que outros. Dane-se toda a baboseira adolescente. O meu sofrimento e eterno, de qualquer maneira.

Eu também tenho a mania de ficar mais atenta sempre que escuto seu nome e pergunto aos nossos amigos, como quem não quer nada, o que você faz desde que me deixou. São coisas estranhas que eu me pego fazendo. Mas é que eu ainda não me curei totalmente da minha ressaca de você.


De todos os hábitos que não perdi, guardo o mais deprimente para o final da tarde. Toco suas músicas preferidas todos os dias, mas elas nunca serão capazes de me tocar do mesmo jeito que você.

0 comentários :

Postar um comentário