Sua

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Sua



Seus lábios tocaram minha pele
e sua língua acariciou o ponto mais dolorido.
Todo o veneno se esvaiu
deixando apenas...
amor.

Ali,
na margem do rio,
você me mostrou a guerra,
me despedaçou
e me montou de novo

Nenhum de nós escutava as sirenes
e elas soavam e brilhavam e piscavam.
A escuridão se transformou em luzes,
leves reflexos que nós julgávamos serem estrelas

E as estrelas se apagavam aos poucos
a medida que nossos corpos esfriavam
que nossas respirações se normalizavam
que nossos olhos se fechavam.

Talvez algo tenha se quebrado,
talvez você nem tenha escutado
porque o caos estava só dentro de mim.

Talvez fosse sua voz,
talvez a minha,
quem sabe?

Os gritos me ensurdeciam
e eu não me importava
porque eu não precisava ouvir
nem falar
nem sentir
nem olhar.
Eu não precisava ser mais nada
porque naquele momento
eu era sua.

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