País apaixonado
Se
tem um povo que tem paixão nas veias é o povo brasileiro. E isso não sou eu que
estou falando, é o mundo inteiro. Pelo futebol, principalmente. A gente torce
com uma força tão grande que até dói. E a gente chora como ninguém. De
tristeza, de amor, de alegria, de nervoso, de raiva, de fome, de dor. Os gritos
nos deixam roucos, as lágrimas nos deixam secos. É tudo ou nada, sempre. Aqui
não se conhece meio termo e negociações são feitas apenas com o governo.
Governo esse que, por sinal, também tem paixão, afinal, é brasileiro e todo
brasileiro que se preze tem paixão. Mas não pelo povo e não pelo país. Eles têm
paixão por tudo menos pelo que deveriam ter. Paixão por si mesmos, eles devem se olhar no
espelho todas as manhãs e pensar “eu sou a melhor pessoa do mundo e mereço tudo
o que tem de melhor”. Egoísmo e egocentrismo são suas características mais
marcantes. E o brasileiro, apaixonado que só, acha tudo muito lindo e aplaude
de pé. Idolatra heróis falsos enquanto cata as migalhas que eles jogam na conta
bancária da população.
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