Dia de Saudade
Tem dia que é de trabalho, tem dia que é de
seminário, tem o domingo da preguiça e a quarta do futebol. E tem dia que é de
saudade. Esse, ao contrário de tantos outros dias, não tem preferência entre o
início, o meio ou o fim da semana. A saudade não escolhe horário; mas,
geralmente, escolhe a solidão. E a solidão, acreditem, pode vir acompanhada de
uma multidão.
Nos dias de saudade os olhos ficam marejados,
qualquer coisa é motivo para respirar fundo e rezar para não chorar. Seus
músculos contraídos não têm força o suficiente para refrear o aperto no peito
que te atinge do nada. E fica martelando ali, no mesmo lugar, até que o local
fique minado, até que a menor das simplicidades tenha a força de uma colisão de
dois caminhões a 200km por hora.
E a saudade não tem preconceitos ou faz
distinção de gênero, raça, idade ou espécie. Ela é democrática. A saudade é de
todos. É da bisavó, do avô, da irmã, do gato. Ela vem de todos os lados de uma
vez só. Não vem em ondas, vem em raios que partem seu coração em mil pedaços.

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