Dia de Saudade

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Dia de Saudade





Tem dia que é de trabalho, tem dia que é de seminário, tem o domingo da preguiça e a quarta do futebol. E tem dia que é de saudade. Esse, ao contrário de tantos outros dias, não tem preferência entre o início, o meio ou o fim da semana. A saudade não escolhe horário; mas, geralmente, escolhe a solidão. E a solidão, acreditem, pode vir acompanhada de uma multidão.
Nos dias de saudade os olhos ficam marejados, qualquer coisa é motivo para respirar fundo e rezar para não chorar. Seus músculos contraídos não têm força o suficiente para refrear o aperto no peito que te atinge do nada. E fica martelando ali, no mesmo lugar, até que o local fique minado, até que a menor das simplicidades tenha a força de uma colisão de dois caminhões a 200km por hora.
E a saudade não tem preconceitos ou faz distinção de gênero, raça, idade ou espécie. Ela é democrática. A saudade é de todos. É da bisavó, do avô, da irmã, do gato. Ela vem de todos os lados de uma vez só. Não vem em ondas, vem em raios que partem seu coração em mil pedaços.

0 comentários :

Postar um comentário