Algum poema qualquer - VI

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Algum poema qualquer - VI



Abriu os olhos.
Fechou-os novamente.

Pensou  que  pudesse  dormir até tudo passar.
Decidiu  não  se  levantar mais.
Não  naquele  dia.
Talvez ninguém  notasse sua  ausência;
poderiam muito bem  demiti-lo;
na   verdade,
ele  não  ligava.
desde  que  pudesse  ter   paz  para  agonizar  sozinho;
só um dia,
no  escuro,
debaixo dos  cobertores,
aninhado na dor e nas lembranças dos cabelos loiros,
do rosto alvo,
calmo,
rodeado de flores,
dentro da caixa de
madeira escura.

Novamente,
abriu  os  olhos
e  decidiu se levantar.
Levaria  um  lenço.
E havia a  possibilidade de sofrer  um  acidente
Se  fosse  atropelado,
talvez conseguisse, por fim
encontrar sua amada.


0 comentários :

Postar um comentário